
Es.pa.ço.s. m. 1. Fís. Extensão tridimensional ilimitada ou infinitamente grande, que contém todos os seres e coisas e é campo de todos os eventos.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Simplicidade & Criatividade

quarta-feira, 28 de setembro de 2011
MASTERCASA

segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Da série.. Artistas
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Coleção Grandes Arquitetos - Folha de São Paulo

segunda-feira, 12 de setembro de 2011
9/11 Memorial

Ontem, os americanos ganharam um presente para recordar o dia que gostariam de esquecer. O 9/11 Memorial, foi erguido no exato local onde dez anos trás as torres gêmeas foram abaixo devido aos ataques terroristas.
O Projeto tem como ideia homenagear os 2.983 homens, mulheres e crianças mortos nos dois edifícios do World Trade Center, no prédio do Pentágono e na cidade de Shanksville, além das seis pessoas assassinadas em 1993 num ataque à bomba ao WTC.
Michael Arad nasceu em Londres e morava havia apenas dois anos na cidade quando os ataques aconteceram. Da janela do seu apartamento, presenciou o segundo avião atingindo a torre. "Eu vi quando ela vaio abaixo. Vi a violência dos ataques. Mas também presenciei a coragem e a compaixão das pessoas", disse a Época Negócios.
Eleito entre mais de 5 mil nomes de 63 países, Arad tinha apenas 34 anos e dava expediente na Secretaria de Habitação de Nova York. Havia trabalhado apenas para um grande escritório, Kohn Fox. Não carregava grandes referências, mas o trabalho que apresentara na concorrência para o projeto do Memorial impressionou os jurados.
Pouco tempo após o atentado, aproveitou a licença-paternidade para rabiscar esboços do seu maior projeto. Vista de cima e de relance, a obra Refletindo a ausência não tem pompa: dois "vácuos", escavados no meio de duas grandes piscinas, cujas paredes são cascatas que vertem a água permanetemente. Cada monumento, de 60m de comprimento, é rodeado por árvores, formando um bosque por onde os visitantes poderão caminhar. Nos parapeitos de bronze em torno das piscinas, os nomes iluminados de milhares de vítimas. É neste nicho de quietude no meio da metrópole que cidadãos e turistas poderão, como sugere o nome, refletir sobre a ausência causada pela tragédia.
Para executar o projeto, o arquiteto enfrentou dois desafios. O primeiro foi técnico: ele teve de conciliar os planos de sua obra com os de um museu no subsolo do memorial, de um centro para visitantes, uma nova estação de metrô, cinco novas torrers e um centro de arte, todos na área do WTC. Esses empreendimentos estão sob tutela de outros escritórios, o que exigiu a (pouca) flexibilidade de Arad. O segundo e mais tortuoso obstáculo foi aprender a negociar com gente poderosa. Desde 2004, Arad só acumulou problemas. Não se dava bem com Peter Walker, arquiteto designado para o paisagismo do memorial, ignorou pedidos da Lower Manhattan Development Corporation, agência que coordena as obras na região, e discordou do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, sobre como dispor os nomes nos parapeitos.
Michael Arad tinha apenas 34 anos quando sua ideia foi escolhida para um dos projetos mais cobiçados no mundo. Começou sem equipe nem escritório e brigou com meia Manhattan. Agora, com a inauguração da obra, o arquiteto de 42 anos se orgulha de sua resiliência.
Parabéns pelo excelente projeto Arad!
Quem ainda não viu, vale a pena pesquisar sobre como o Memorial é visto a noite com feixe de luzes azuis reproduzindo a volumetria das mesmas.
Beijos meus caros! (:
"Admiro os poetas. O que eles dizem com suas palavras a gente tem que exprimir com milhares de tijolos." - Vilanova Artigas
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#Não sei o que aconteceu que a postagem saiu com fundo branco no texto -.-
vou verificar isso depois!
sábado, 10 de setembro de 2011
Contrate um estagiário – o sub-emprego na Arquitetura
Caros leitores, achei esse post interessante esses dias no Blog Cosmopista e achei interessante dividir com vocês o que foi publicado lá. Segue o texto escrito por Gabriel Kogan no Blog acima sobre o Sub-emprego na Arquitetura = estagiários. Triste realidade que nós, estudantes passamos e a nossa "desvalorização".
Eu sei que o texto é grande, mas ânimo! E deixem de ser preguiçosos, vale a pena ler.
Os arquitetos paulistas estão envolvidos na salvação das cidades e do mundo. Criam Escolas, falam em jornais e revistas e se posicionam enfaticamente sobre a barbárie dos grandes centros urbanos. Talvez preocupados demais com grandes e importantes coisas da humanidade, preocupados com a revolução, se esquecem de serem justos com aqueles que convivem todos os dias.
Os belos edifícios da arquitetura moderna-contemporânea brasileira foram desenhados e, quando não, co-concebidos por sub-empregados: estagiários de arquitetura, normalmente estudantes contratados por salários quase miseráveis.
O sub-emprego na arquitetura é uma prática comum, tradicional, e que acaba por minar o desenvolvimento da arquitetura no país e a consolidação da categoria. Os arquitetos destroem então o próprio mercado e o futuro de sua profissão. E que fique bem claro: não se tratam especialmente de engravatados ligados ao mercado imobiliário, mas de arquitetos supostamente humanistas que rondam a Rua General Jardim; quase todos professores em universidade públicas ou da Escola da Cidade.
Os valores de remuneração são comumente inferiores a R$5 por hora e, quando muito, atingem R$7 por hora. Estamos falando, portanto, em, aproximadamente, US$2,8 por hora trabalhada. Um salário, no Brasil, se consideradas 40 horas semanais, similar ao piso dos lixeiros de São Paulo (sem todos os benefícios) ou de ascensoristas de torres comerciais.
Esses valores tornam-se ainda mais inaceitáveis se analisadas as particularidades da profissão e as formas usuais de exploração desse trabalho. Usualmente, os arquitetos contratantes se valem da abundância (exército de reserva) de estudantes de arquitetura, sedentos por um primeiro emprego e uma experiência de aprendizagem a qualquer custo. Considerando a enorme disponibilidade de vagas em universidades não faltarão trabalhadores para esses cargos. O usual discurso de que os estudantes poderão aprender os ditames da profissão é apenas uma desculpa simplória e confortável para perpetuação desse sub-emprego, uma vez que, como veremos, essa relação econômica exploratória implode a prática profissional como um todo.
Sabemos que muitos estudantes brasileiros chegaram e se mantém nas universidades com grande esforço financeiro. Para eles, a redução das horas livres, espremendo o sono entre os estudos e o trabalho é, muitas vezes, uma necessidade; mesmo com a recompensa de um ou dois salários mínimos. Portanto, seja por uma exploração originada pelo ideário de uma necessidade de aprendizagem, seja por uma questão econômica, se constitui esse sólido exército de reserva.
O sub-emprego, porém, pode ser insuficiente economicamente para alguns e a conseqüência direta disso é a migração de profissionais formados na arquitetura para outras áreas. São poucos aqueles que têm condições ou disponibilidade de serem sub-remunerados. O resultado para a profissão é desastroso: a categoria do arquiteto não consegue se desenvolver socialmente. Além disso, a arquitetura se torna uma profissão elitista em que a ascensão social é praticamente impossível.
Outra coisa muito mais grave acontece com grande freqüência: os estagiários são, na prática, co-autores dos projetos de arquitetura. Ou seja, eles não são requisitados apenas para atividades tradicionais de um estagiário, mas são chamados também para responsabilidades que caberiam a profissionais formados. Os estagiários (esse sub-emprego) substitui então, muito comodamente, a figura do próprio arquiteto. Essa prática é criminosa e acaba funcionando como um golpe de misericórdia, inviabilizando todo o crescimento e a importância da arquitetura no país. Quase que se pode dizer que não existe espaço para novos arquitetos, por uma prática corporativista.
Qual é a explicação da existência do sub-emprego na arquitetura? Com o aquecimento desenfreado da construção civil no Brasil, os arquitetos começaram a ser mais usualmente requisitados. Mesmo assim pode ser exagerado afirmar, apesar de não deixar de ser verdade, que o sub-emprego dos estagiários é uma forma de maximização dos lucros do arquiteto contratante através do rebaixamento do salário dos estudantes. Esses arquitetos contratantes podem não ganhar mal, mas também não ganham bem a ponto de justificar essa teoria completamente. Isso torna a situação ainda mais caricata, porque o explorador também é explorado.
O que ocorre, e isso aprofunda o desrespeito do arquiteto pela própria profissão, é que o custo da remuneração justa do estagiário (digamos que um mínimo aceitável de 12 reais por hora, sem os encargos) não é repassado pelo arquiteto para o cliente. Ou seja, o lucro é maximizado por aquele que tem o capital para o investimento. O arquiteto, portanto, funciona como uma espécie de intermediário do processo. O cliente, seja privado, institucional ou público investirá uma quantidade grande de recursos no projeto que o arquiteto está desenhando. Os números no Brasil hoje podem ser assustadores: construções, incluindo taxas e todos os projetos, entre R$2.000/m2 e R$7.000/m2 e terrenos em áreas centrais de São Paulo comprados por valores entre R$2.000/m2 e R$12.000/m2. No Rio de Janeiro, sobretudo na Zona Sul, os valores do solo são ainda mais exorbitantes podendo atingir R$50.000/m2. As remunerações adequadas dos estagiários de arquitetura impactariam o custo da construção, provavelmente, em menos de 0,2% do preço total do investimento. Isso pode ser menos do que a escolha da cor da pastilha dos banheiros. Há um temor, injustificável, que esse acréscimo poderia inviabilizar o projeto, e isso, um bom arquiteto oportunista, não pode aceitar, a qualquer custo; não pode correr esse risco. O arquiteto então atende antes a necessidade exploratória mesquinha do cliente do que a defesa de sua própria categoria, seu próprio saber-fazer, sua própria profissão.
Além disso, a existência desses sub-empregos na arquitetura é um reflexo do desprezo da sociedade pela figura do estudante. Ao invés de se garantir condições dignas de pesquisa, o estudante é aquele que pode ser explorado. É aquele que pode levar tiro de borracha em manifestação contra o preço abusivo do sistema de ônibus subsidiado de São Paulo sem que nenhuma linha seja impressa nos jornais. É aquele que pode ser sub-empregado sem remorsos.
PS: Esse texto é uma tentativa de síntese de algumas conversas com amigos próximos, entre eles Pedro Vannucchi e Renata Mori.
Post enviado e escrito por Gabriel Kogan no Blog aqui!
Beijos ;*